quinta-feira, 17 de junho de 2010

Rede social na empresa é mais oportunidade que risco

Certo dia Washington, um funcionário da IBM, teve a infeliz ideia de passar seu novo número de celular para 15 mil pessoas dentro da empresa. Houve a maior confusão por e-mail e, após uma hora, tinha até comunidade no orkut: “Eu já sei seu telefone, Washington”.
“O caso mostrou que, dentro da empresa, havia um espírito de participação que precisava ser aproveitado”, contou Mauro Segura, diretor de Marketing e Comunicação da IBM Brasil. O executivo esteve hoje no info@trends, em São Paulo, para discutir a política empresarial nas redes sociais.
Há cinco anos, a IBM abriu o uso dessas ferramentas na corporação. Lá dentro, qualquer um pode criar blogs e wikis internos ou externos. 20% dos 80 mil funcionários fazem comentários nessas plataformas. “Alguns projetos até surgem nos brainstorms virtuais, que trazem mais benefícios do que riscos.”
Renato Dias, gerente de Internet e Meios Digitais da Natura, concorda. Mas pondera que isso exige preparação dos funcionários e da organização. “A empresa tem de estar disposta a receber esse conhecimento e fazer alguma coisa com ele”, explica.
Para Eline Kullock, presidente do Grupo Foco, o importante é definir uma política de atuação dentro das empresas e aprender a lidar com infrações a esse regulamento. “O conceito de transgressão existe em todas as gerações. É preciso criar um limite, senão a empresa não transmite sua identidade na rede”, argumenta. “Se a empresa não tem cultura de colaboração, uma ferramenta social não vai mudar isso.”
Durante o evento, também se discutiu os limites de uso das redes sociais no trabalho. Quando a internet vira perda de tempo e produtividade? A experiência de Eline mostra que a maior parte dos funcionários de uma empresa acessa Twitter e afins após o expediente. Mauro completa: “O comportamento na rede social é o mesmo do dia-a-dia. Se a pessoa que perde tempo não estiver tuitando, estará passeando no corredor.”

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