quinta-feira, 17 de junho de 2010

Na eleição, internet dá voz à militância

A internet terá o poder de eleger um candidato presidente do Brasil? Para discutir o assunto, o info@trends reuniu, em São Paulo, o coordenador da campanha digital da petista Dilma Rousseff, Marcelo Branco, e Sérgio Caruso, coordenador da campanha de José Serra.

Também participou da discussão Gil Castilho, diretora da associação brasileira de consultores políticos. Segundo Gil, haverá em 2010 uma grande participação nas campanhas das pessoas ligadas à internet. “Mas eu não acredito que ela seja determinante, embora tenha um peso de mobilização junto aos militantes.“

Para Marcelo Branco, o marketing político no Brasil é um dos melhores do mundo, mas prejudica a atuação dos militantes. “Ao contrário do marketing puro, a campanha na internet é descentralizada. Nós estimulamos a produção de conteúdo feita pelos militantes e damos a possibilidade de milhões de cidadãos entrarem na cena do debate político”, disse.

Para Sérgio, as novas leis eleitorais permitirão que ocorra um debate inédito na web. “Não é a internet que vai fazer com que você ganhe ou perca a eleição. Quem ganhou a eleição para o Obama foi ele, e não a internet. Mas a web foi muito bem utilizada por ele. Isso foi parte de uma comunicação maior”, disse.

Os coordenadores de campanha concordaram que a web será importante, porém auxiliar no processo eleitoral de 2010. As mídias tradicionais como a TV e os comícios de rua devem manter sua importância estratégica para definir o voto do cidadão brasileiro.

*com reportagem de Marco Aurélio Zanni


Rede social na empresa é mais oportunidade que risco

Certo dia Washington, um funcionário da IBM, teve a infeliz ideia de passar seu novo número de celular para 15 mil pessoas dentro da empresa. Houve a maior confusão por e-mail e, após uma hora, tinha até comunidade no orkut: “Eu já sei seu telefone, Washington”.
“O caso mostrou que, dentro da empresa, havia um espírito de participação que precisava ser aproveitado”, contou Mauro Segura, diretor de Marketing e Comunicação da IBM Brasil. O executivo esteve hoje no info@trends, em São Paulo, para discutir a política empresarial nas redes sociais.
Há cinco anos, a IBM abriu o uso dessas ferramentas na corporação. Lá dentro, qualquer um pode criar blogs e wikis internos ou externos. 20% dos 80 mil funcionários fazem comentários nessas plataformas. “Alguns projetos até surgem nos brainstorms virtuais, que trazem mais benefícios do que riscos.”
Renato Dias, gerente de Internet e Meios Digitais da Natura, concorda. Mas pondera que isso exige preparação dos funcionários e da organização. “A empresa tem de estar disposta a receber esse conhecimento e fazer alguma coisa com ele”, explica.
Para Eline Kullock, presidente do Grupo Foco, o importante é definir uma política de atuação dentro das empresas e aprender a lidar com infrações a esse regulamento. “O conceito de transgressão existe em todas as gerações. É preciso criar um limite, senão a empresa não transmite sua identidade na rede”, argumenta. “Se a empresa não tem cultura de colaboração, uma ferramenta social não vai mudar isso.”
Durante o evento, também se discutiu os limites de uso das redes sociais no trabalho. Quando a internet vira perda de tempo e produtividade? A experiência de Eline mostra que a maior parte dos funcionários de uma empresa acessa Twitter e afins após o expediente. Mauro completa: “O comportamento na rede social é o mesmo do dia-a-dia. Se a pessoa que perde tempo não estiver tuitando, estará passeando no corredor.”